Na manhã de sábado, 17 de fevereiro, aconteceu a aula inaugural do Cursinho Comunitário UNEafro - Núcleo Bebedouro, voltado para estudantes de escolas públicas, preparando-os para o ingresso às universidades e ao ENEM. O encontro ocorreu no espaço Aldeiah, com a presença de professores voluntários, estudantes e convidados.
As aulas terão início em 03 de março, sendo ministradas as quartas-feiras, das 19h às 22h30, e aos sábados, das 9h às 12h30, nas dependências da Promoção Social, na rua Nossa Senhora de Fátima, 1258, Jd. Novo Lar, com disciplinas do Ensino Médio, formação cultural e política.
A ideia de trazer um núcleo para a cidade surgiu no ano passado durante a Semana da Consciência Negra. Para a coordenadora de Direitos Humanos, Elaine Lucas, o cursinho é importante, pois dá acesso aos estudantes. “É o acesso à universidade pública, o que traz condições de igualdade ao jovem bebedourense”, diz.
Para a coordenadora do núcleo, Jéssica Barbosa Vianna, o conteúdo é preparatório para a vida. “Para nós da UNEafro, a população jovem não é carente, ele é potente, por isso que mais do que os conteúdos que preparam para o vestibular, trabalhamos questões de cidadania, direitos humanos, pois acreditamos na força destes jovens, principalmente na força de transformação”, reflete Jéssica, lembrando que os profissionais que trabalham na UNEafro são voluntários.
O professor Rafael Lodo conheceu a UNEafro durante evento em 2017 e se interessou pelo projeto. “A vontade sempre existiu de fazer um projeto diferenciado com um pessoal que tem vontade e que precisa e a partir daí fomos sistematizando as ideias até o dia de hoje, agora é torcer para que daqui para a frente dê tudo certo”.
A estudante Isabela Franco aprovou a iniciativa. “Achei muito interessante, nunca tinha visto nada parecido”, diz a jovem que ainda não definiu o que pretende cursar no futuro e acredita que o cursinho possa ajudá-la.
Luiz Fernando Costa de Andrade, coordenador de Políticas Públicas de Igualdade Racial da Prefeitura de Araraquara, falou aos estudantes sobre os desafios na universidade, uma preparação feita no cursinho. “Além dos conteúdos oficiais, ele fará um preparo para o estudante enfrentar o mundo acadêmico, preparando-o criticamente. Foi uma forma que o movimento negro encontrou na década de 80/90 para estar lidando com o vestibular, com a dificuldade do acesso das pessoas que têm baixa renda, então ele tem um papel formativo mais geral”, detalha.