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Ter, Mar

História de Bebedouro

Nossa cidade nasceu de um sonho a céu aberto, à beira de um córrego conhecido como “bebedor”, cuja água era procurada por tropeiros e boiadeiros, animais fatigados por longas caminhadas através do sertão.

Os primeiros ocupantes do local tiveram a idéia de comprar um lote de terra para a formação do patrimônio de uma povoação que nascia, cujo nome seria São Sebastião do Bebedor, que posteriormente se tornaria “Bebedor” e depois “Bebedouro”, do Sr. Corrêa e Mesquita, residente em Jaboticabal, cujo pagamento seria feito em três prestações de suínos (porcos), devido a escassez, no local, de moeda corrente tida quase como artigo de luxo. Depois de tudo acertado, os senhores entraram pontualmente com a primeira e a segunda prestação. O mesmo porém, não aconteceu com a terceira, devido a falta de dinheiro. Naquela época um fio de bigode era um título compromissado e a honra estava em jogo, não quiseram os senhores compradores desonrar o compromisso e, no dia seguinte ao vencimento o Sr. Francisco Inácio Pereira, completou a importância com seu cavalo de cela arriada, animal de sua estimação, cobrindo assim o ultimo pagamento.

A data oficial da fundação de Bebedouro é dia 03 de maio de 1884, por ser o dia em que se lavrou a escritura de venda da primeira parte do atual patrimônio urbano pelo Sr. João Francisco da Silva e sua mulher D.ª Ana Cezaria Pimenta ao sr. Procurador da Capela, Capitão José Inácio Garcia.

O primeiro documento vinculado ao destino inicial do arraial do Bebedor foi um ato do Governo Provincial, o Barão de Parnaíba, datado de 27 de agosto de 1886. Por lei estadual  n.º 87 de 06 de setembro de 1892, elevou-se a Distrito de Paz. Quase dois anos depois, ocorre a elevação do Distrito a Município, significando sua emancipação da tutela de Jaboticabal, pela lei nº 298, de 19 de julho de 1894. Pela lei nº 487, de 29 de dezembro de 1896, elevou-se a Comarca porém, só se instalou a 11 de março de 1896. A elevação a cidade deu-se por força da lei municipal de nº 34, de 11 de março de 1889. Pelo efeito do Decreto Estadual nº 14.334, de 30 de novembro de 1944, o município de Bebedouro, ficou constituído pelos distritos de Botafogo e Turvínea. O Distrito Policial foi criado por decreto de 27/08/1886.

Bebedouro ganhou há tempos, o apelido de "Cidade Coração", por ter, em ocasião de divergência política no vizinho município de Jaboticabal dado agasalho numa de suas praças públicas (09 de Julho, naquele tempo, Conrado Caldeira), o busto de bronze de Jocelym de Godoy, democrata e jornalista jaboticabalense. Até que, cessados os motivos da divergência, o mesmo foi restituído ao povo daquela cidade sem nenhuma relutância.

Os primeiros meios de transporte eram feitos por carros de boi que traziam das fazendas os produtos agrícolas para serem vendidos na cidade. Quando ficaram prontos os armazéns da Cia. Paulista de Estradas de Ferro, surgem os carrinhos e as carroças com tração animal.

Não tardou muito o Sr. Oscar Werneck engenheiro da Cia. Ferroviária São Paulo Goiás, desenha e constrói o coreto da Praça Barão do Rio Branco e as torres de iluminação do campo da Associação Atlética Internacional, o primeiro campo a receber iluminação no interior do Estado de São Paulo.

Em 1912 constrói-se a Prefeitura Municipal defronte ao Jardim Misterioso, hoje Praça Valêncio de Barros e na mesma época o prédio da Cadeia de Bebedouro na esquina das ruas São João e Campos Salles.

Antes do termino do século XIX, a cidade já apresentava favoráveis aspectos de progresso, com a formação de lavoura de café, que se tornaria a maior riqueza do município. Porém o café entrou em grande crise por volta de 1929/1930, e as lavouras foram aos poucos sendo abandonadas. Mas, a sua gente não se sentia enfraquecida ao ponto de deixar a cidade morrer e aos poucos vão se levantando e novas esperanças despontam com o aparecimento de novos empreendimentos, Bebedouro começa a sentir vida nova.

A Festa da Primavera chega para alegrar a vida que estava monótona; o carnaval desponta com animação carregada de alegria, a tristeza vai embora e Bebedouro se renova.

Os velhos cafezais são substituídos pelos laranjais, as terras desvalorizadas são levantadas como uma poderosa mina de ouro até então escondida. As indústrias são renovadas e o nosso município muda de roupagem: da crise da fruta vermelha pendurada no galho verde dos cafezais pelo perfume exalado das flores das laranjeiras que serão transformadas em frutos amarelos e trarão recursos econômicos reabilitando o combalido município.

E a terra do café se transforma na terra da laranja, conhecida além das fronteiras, tornou-se por muito tempo um dos maiores produtores do mundo, ostentando o orgulhoso título de “Capital Nacional da Laranja”.

Bebedouro da cidade pequena e silenciosa se torna uma cidade vigorosa, barulhenta; das ruas cheias de carros de bois, carrinhos, carruagens e carroças de 4 rodas, hoje cidade de automóveis modernos, caminhões velozes transportando suas riquezas.

Bebedouro, a pequena criança, cresceu, tornou-se moça. Hoje é uma senhora cidade vestida pelo poder econômico, onde trabalha sua gente em busca do conforto material.

Bebedouro, cidade de uma certa nobreza, mas que ainda vive lutando em busca de grandes poderes.

E, alguém um dia deixou seu pensamento expressado nas páginas dos acontecimentos literários: “A saudade é como uma espécie de imposto sobre a renda do sentimento. Cobra-se, no fim, do amor”.

 

Fonte de pesquisa:  

Livro: Reminiscências de Bebedouro - 1884. Autor: Manoel Izidoro Filho

Livro: Gente que faz. Autor: Manoel Izidoro Filho

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