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Quinta, 16 Novembro 2017 06:46

Ativista do Movimento Negro faz palestra

A programação do Mês da Consciência Negra contou na noite de segunda-feira (13/11) com palestra de João Bento Cucão, ativista do Movimento Negro de Matão, abordando o tema “O mercado de trabalho e as relações com o afrodescendente”. O evento aconteceu no anfiteatro do UNIFAFIBE tendo estudantes do curso de Pedagogia como público alvo.

Cucão lembrou que o choro ao nascer é um tipo de conflito, uma maneira de chamar a atenção. “Nascemos lutando por nossos direitos e simplesmente no Brasil tiraram todos os nossos direitos, fizeram todo tipo de humilhação e com isso ganhamos o preconceito, o esquecimento e o racismo, e desconstruir isso leva um tempo, mas não estamos sozinhos, vocês da pele branca são nossos parceiros, o negro não está gritando sozinho”, disse.

Para João Bento, as relações ainda são conflituosas, em especial com as mulheres negras, que precisam se valorizar como serem pensantes. “O que me chama a atenção é que a mulher negra tanto lutou para conquistar um espaço e agora vulgarizou, está arrancando a roupa (...). A sociedade tem que ver a cabeça da mulher negra, a ideia, o que ela tem para desenvolver”, frisou o ativista comentando que algumas conquistas já foram feitas, como a aceitação dos cabelos, parando com a tortura dos alisamentos. 

Na opinião do palestrante é preciso que os negros aceitem suas origens. “Somos inteligentes, com grande potencial, somos de outro continente, não fazemos nada na visão europeia. Somos do continente africano, temos muito a mostrar, cultura, indumentária”, ressaltou Cucão que deu exemplos de vários negros ao longo da história brasileira: irmãos Rebouças (Antônio Pereira Rebouças Filho e André Pinto Rebouças) – os primeiros a cursar a universidade, formando-se em engenharia, e a escritora Carolina Maria de Jesus, dentre outros. 

João afirma que o negro não conhece sua história. “O negro precisa estudar e admitir a sua identidade e não ter vergonha de vestir as roupas de seu povo. O negro foi no “oba oba”, na história do outro e enquanto isso o outro foi promovido, recompensado, está na frente e nos aqui atrás gritando. Vamos estudar para competir”, reforçou.

Outros eventos do Mês da Consciência Negra

20/11 – Segunda-feira - Fórum Ecumênico com o tema: “Qual a contribuição que cada religião pode trazer para a paz entre as pessoas”
Horário: 19h30
Local: Anfiteatro Unifafibe
Apresentador - Glauco Corrêa
Mediador - Alexandre Bonfim
Budismo, Evangélico, Católico, Umbanda, Espírita e Islâmico

23/11 – Quinta-feira – Roda de Conversa “Juventude, Mobilização, Negritude e Resistência”
Horário: 19h30
Local: Anfiteatro Unifafibe
Palestrante – Clayton Belchior, Cleyton Borges, Lucimara Lopes e Jéssica Vian

25 e 26/11 – Sábado e Domingo – Consciência Cultural
Horário: Início às 15 horas com término previsto para as 20h
Local: Praça do Centenário
Feira Afroblack – Participação especial do Grupo “Pretah Pretinhah” e  Renê Froes
Feira de Artesanato “Bebedouro das Artes”
Oficina de Grafite nas proximidades da Pista de Skate
Roda de Conversa com o Coletivo Preta
Roda de Conversa com o Conselho da Mulher
Roda de Capoeira - Instituto Kazuá
Oficina de Turbante - Coletivo Preta e Gih Thaise
Sarau de Poesia com Laudelina Ferreira da Silva
Apresentação musical de Rap com os grupos: Queto em Grande Estilo, Tríplice Redentora


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